Gestante: mitos e verdades sobre a alimentação

A alimentação da gestante é um dos assuntos mais debatidos, tanto por futuras mamães quanto por familiares e profissionais de saúde. É normal que as gestantes recebam diversas orientações, mas nem todas são corretas. Há muitos mitos sobre o que pode ou não ser consumido durante a gravidez, e entender a diferença entre mitos e verdades é essencial para garantir uma gestação saudável tanto para a mãe quanto para o bebê.

Neste post, vamos desmistificar algumas das informações mais comuns sobre a alimentação das gestantes. Prepare-se para conhecer os mitos e verdades que podem ajudar você a ter uma alimentação mais equilibrada e segura nesse momento tão especial.

1. Mito: “Agora você deve comer por dois”

Esse é um dos mitos mais populares, mas é totalmente falso. Embora a gestante precise de uma alimentação mais rica em nutrientes, isso não significa que deve dobrar a quantidade de alimentos que ingere. Na verdade, o aumento da ingestão calórica deve ser moderado, e a qualidade da alimentação é muito mais importante do que a quantidade.

Verdade: Durante o segundo e o terceiro trimestres, a gestante precisa de cerca de 300 calorias a mais por dia, o que pode ser facilmente alcançado com alimentos nutritivos, como frutas, legumes, proteínas magras e grãos integrais.

2. Mito: “Comer doces e guloseimas não faz mal”

Muitas mulheres têm desejos alimentares durante quando gestante, e os doces costumam ser uma das preferências mais comuns. Porém, é preciso ter cuidado com o consumo excessivo de açúcar, pois ele pode levar ao ganho de peso excessivo e ao aumento do risco de complicações, como diabetes gestacional.

Verdade: Embora não seja necessário eliminar totalmente os doces, é essencial que a gestante tenha moderação. O consumo de alimentos ricos em açúcar deve ser controlado para evitar picos glicêmicos e garantir o controle do peso durante a gestação.

3. Mito: “Gravidez exige evitar todos os alimentos crus”

Outro mito comum é que toda comida crua, como salada, sushi ou carne malpassada, deve ser evitada por gestantes. Embora alguns alimentos crus possam, de fato, representar um risco para a saúde da gestante, como carnes cruas ou alimentos mal lavados, isso não se aplica a todas as preparações.

Verdade: Alimentos crus como frutas e vegetais frescos podem e devem ser consumidos, desde que bem lavados e preparados de maneira segura. Sushi, por exemplo, pode ser consumido se for feito com peixe fresco e em restaurantes confiáveis que sigam boas práticas de higiene.

4. Mito: “Gestante deve evitar leite e derivados por causa da lactose”

Muitas gestantes acreditam que não podem consumir leite ou derivados devido à intolerância à lactose, mas essa é uma afirmação que merece ser esclarecida.

Verdade: Caso a gestante não tenha intolerância à lactose, o consumo de leite e derivados, como queijos e iogurtes, é altamente recomendado. Eles são fontes ricas de cálcio, um mineral essencial para o desenvolvimento ósseo do bebê. Se houver intolerância, é possível recorrer a alternativas sem lactose ou outros alimentos ricos em cálcio, como vegetais folhosos e tofu.

5. Mito: “Gravidez é uma fase em que se deve evitar café e chá”

A ingestão de cafeína durante a gestação é frequentemente questionada, com muitas mulheres acreditando que devem evitar completamente café, chá e até chocolate.

Verdade: O consumo de cafeína deve ser moderado, mas não é necessário eliminá-la por completo. Estudos sugerem que a ingestão de até 200 mg de cafeína por dia (o equivalente a uma xícara de café) é segura durante a gravidez. No entanto, é importante ficar atenta a outras fontes de cafeína, como chás e refrigerantes.

6. Mito: “Frutas cítricas podem causar aborto espontâneo”

Algumas pessoas ainda acreditam que frutas como laranja, limão e acerola, por serem ácidas, podem causar complicações na gestação, como o aborto espontâneo. Isso é um mito infundado e sem base científica.

Verdade: Frutas cítricas são extremamente benéficas durante a gestação, pois são ricas em vitamina C, que fortalece o sistema imunológico da gestante e do bebê, além de ajudar na absorção de ferro. A ingestão de frutas cítricas deve ser estimulada, desde que não haja qualquer tipo de contraindicação médica individualizada.

7. Mito: “Salmão é perigoso por causa do mercúrio”

O salmão é uma das opções de peixe mais recomendadas para gestantes, mas muitas pessoas ainda acreditam que o peixe pode ser perigoso devido à presença de mercúrio.

Verdade: O salmão tem baixos níveis de mercúrio e, além disso, é uma excelente fonte de ácidos graxos ômega-3, que são fundamentais para o desenvolvimento cerebral do bebê. O que as gestantes devem evitar são peixes com níveis mais elevados de mercúrio, como atum e peixe-espada.

8. Mito: “É melhor evitar ovos durante a gestação”

Outro mito bastante comum é que os ovos podem ser prejudiciais à saúde da gestante e do bebê devido ao risco de salmonela.

Verdade: Ovos bem cozidos ou fritos são seguros e uma excelente fonte de proteínas e vitaminas essenciais para a gestação. O risco de salmonela pode ser evitado ao garantir que os ovos sejam bem cozidos, sem a gema crua.

9. Mito: “Gestante precisa tomar suplementos de ferro, independente de sua dieta”

Embora a deficiência de ferro seja comum durante a gestação, nem todas as gestantes precisam iniciar o uso de suplementos sem recomendação médica.

Verdade: A necessidade de suplementos de ferro deve ser avaliada por um médico, pois o excesso de ferro também pode causar problemas, como constipação e sobrecarga do órgão. Uma alimentação balanceada, rica em ferro (como carnes magras, legumes e verduras de folhas escuras), pode ser suficiente em muitos casos.

Conclusão

A alimentação durante a gestação é crucial para garantir a saúde da mãe e do bebê. No entanto, é importante distinguir os mitos das verdades para que a gestante possa tomar decisões informadas sobre sua dieta. Sempre que houver dúvidas, é essencial consultar um profissional de saúde, como um nutricionista ou obstetra, que pode fornecer orientações personalizadas e seguras. Lembre-se: o equilíbrio e a moderação são as chaves para uma gestação saudável!